terça-feira, março 25, 2008

George e o segredo do Universo e outros livros...

Há umas semanas atrás fui procurar um livro pra dar de presente para meu pai e tropecei num livro chamado "George e o segredo do Universo" de Lucy e Stephen Hawkings. Uma capa prá lá de chamativa e com estes nomes me deu vontade de comprar, mas não comprei.

No mesmo dia esbarrei com o mesmo livro em outra livraria.

Desta vez não desperdicei e comprei.

Estou lendo, como sempre faço, de forma bem lenta, pensada e analisada (pra não dizer que só estou lendo mesmo nos domingos após o almoço).

Estou lendo, em paralelo, outro livro de Hawkings, o "Universo na casca de nós". Este livro me deixa perplexo, porque é um livro de leitura extremamente difícil e no entanto um sucesso de vendas. Eu acredito que muita gente comprou pra ver as inúmeras figuras que o livro tem e não se deteve em adquirir ou reter as teorias que o envolvem.

As teorias das cordas e das bramas por exemplo me fascinaram, pois no meu tempo de faculdade "a moda" eram as teorias das cordas que hoje se expandiram para as bramas.

Mas não é uma leitura para amadores.

Já o "George.." é um livro para crianças, ricamente ilustrado, narra as aventuras do garoto George, um menino criado sem nenhum conforto da vida moderna por opção dos ripongas pais. George conhece um vizinho que é cientista e passam a conhecer os segredos do Universo.

Uma leitura agradabilissima, principalmente a partir do capitulo 3 (antes é meio emperrada). Acredito que este sim deveria ser o Best-Seller de Hawkings, mas como estas coisas não se explicam ...

Eu gosto muito do livro de Fisica do Prof. H. Moysés Nussenzveig, professor que tive a honra de conhecer pessoalmente. Se você encontrar algum livro dele, compre sem dó. Se não gostar, me mande pelo correio ;)

A análise que ele costuma fazer sobre o arco-irís é fascinante.

Mas por falar em livros, ganhei de um grupo de alunos o livro "Almanaque do Fusca". Fusca é um assunto que me interessa. Fiquei desconcertadamente feliz em receber um presente dos meus alunos. Não estou acostumado com isso e acho que não sei muito como agir, mas em resumo, fiquei feliz !

O formato Almanaque caiu em desuso, mas é bem explorado neste livro. Informações amplas e pouco detalhadas, cobrem vasto material sem muita profundidade. Em tempos de Google e Internet é o que basta.

Conhecidências inexplicáveis ? Tanto "George..", quanto o "Almanaque..." são livros da fantástica Ediouro, editora brasileira que "no meu tempo" publicava uns livros inigualáveis com preços absurdamente baixos (eu não sei como eles conseguiam). Eu tinha um livro deles sobre radios de A. Fanzer que é um compendio. O bom é que o tempo passou, a qualidade melhorou e o preço não subiu tanto.

Então, por conhêcidencias (?) inexplicáveis, o primeiro livro que adquiri na vida foi um Ediouro (direto da editora, via vale postal, isso muito tempo antes de existir Internet). O nome do Livro ? "Um estudo em vermelho" de Sir. Arthur Conan Doyle. O primeiro livro da série de Sherlock Holmes. Tenho o livro até hoje e leio sempre que posso.

"Livros são muito legais" Wilbur - Personagem de um desenho que minha filha de dois anos assiste.

quinta-feira, março 20, 2008

Quanto tempo voce espera um sonho de realizar ?

Conheço algumas pessoas que sonham em ver o show da Britney Spears, outros sonham apenas com um fim de semana prolongado. E outros sonham em conversar com Che Guevara, dar a volta ao mundo num caiaque ou seja lá o que for.

Eu como a maioria dos seres humanos tive e tenho uma série de sonhos. Alguns realizáveis a curto, médio e longo prazo e outros que provavelmente nunca se realizarão.

Um amigo dizia que o mais importante de um sonho é sonhar, mais importante até que realizá-lo. Não sei, realmente não sei.

Mas como o assunto deste blog é educação, quero tratar de um sonho meu que demorou quase 30 anos para se realizar.

Em 1978, lá pelo meio do ano, meu pai resolveu me colocar num professor de violão. Confesso que na época não aprovei muito. Eu queria tocar piano, sax ou gaita, mas não violão. Mas tinha uma prima que tocava e lá fui eu.

Meu pai comprou um violão muito ruim que existe até hoje parado, me matriculou nas aulas de violão com o mesmo professor da tal prima e lá fui eu.

Eu sabia o que era violão e gostava de ouvir porque meu avô materno era um violonista de certo renome na cidade. Me lembro também dos meus tios ouvindo discos ou vendo violonistas na TV e alguns tocando, por isso tudo minha cultura violonistica não era nula.

O tal professor, Silvio dos Santos (não o apresentador de TV) dá ainda hoje na sua casa. Ele me recebeu muito bem, afinou meu violão, mostrou as primeiras noções e fez a pergunta que motiva este tópico: "Tem alguma música que você gostaria de tocar ?"

Vasculhei meu vasto conhecimento violonistico e respondi: "Eu gosto muito da música ODEON !".

Para quem não conhece, ODEON é um choro de Ernesto Nazareth escrita originalmente para piano, dificil pra burro pra tocar (direito). Eu conhecia ODEON de meu avô tocar e de uma abertura de novela da Globo. Era uma música que eu gostava muito (e gosto até hoje, alias o genêro Choro me encanta).

O Sr. Silvio me explicou que eu tinha de aprender "um pouco" para tocar esta peça, mas que o dia chegaria - Nunca pensei que demoraria tanto.

Muito tempo se passou. Eu fiz violão popular, mas tive problemas com as cordas vocais e passei para o violão classico solo. Muito tempo depois e parei de estudar, fiquei muito tempo parado. Anos depois, voltei a estudar com o mesmo professor. Nesta época ainda o cobrei que ainda não tocava ODEON, mas eu tinha que reaprender muito. Estudei, estudei, estudei e estudei.

Nesta época eu estava fazendo mestrado e meus horários eram bem flexíveis e conseguia tocar com mais folga, mas o Sr. Silvio não me achava apto ainda a tocar o tal ODEON.

Um tempo depois mudei de professor, passei a ter aulas com o conceituadissimo Pedro Cameron que praticamente me re-ensinou tudo o que eu achava que sabia. Não que o Sr. Silvio tivesse falhado em seu ensinamento, mas o maestro Pedro toca e ensina de uma forma muito diferente e é muito mais exigente que o primeiro. Então voltei a fazer aqueles estudos de quem está começando a tocar.

Nesta época eu já tinha dois empregos e por muito tempo meu horário de estudos eram após as 23:00 hs, ainda na casa dos meus pais e depois quando fui morar na casa onde moro até hoje.

Estudar violão é dolorido, cansativo, exige muita concentração, persistência e paciência.

Terminei os estudos avançados no final de 2006, passei então a escolher repertório. Quando Pedro me perguntou que música eu queria tocar, minha resposta imediata foi "ODEON".

Não, ainda não era a hora.

Ainda fiz algumas músicas de repertório e me apaixonei por um autor que não conhecia, chamado John Dowland e depois fiz a série de 5 preludios de Heitor Villa Lobos.

Finalmente, há 3 semanas atrás, retomei o pedido - "Pedro, será que dá pra eu tocar o Odeon ?".

E desta vez a resposta foi - "Não passe mais vontade !".

Ufa. Mas meus problemas estavam só começando. A peça tem umas passagens bem dificeis, mas lutei e ainda estou lutanto para deixar esta peça apresentável ao público.

Daquela fria tarde de 1978 até Março de 2008 foram quase 30 anos. Obviamente não foram 30 anos apenas perseguindo um objetivo, mas um objetivo que demorou pra se concretizar e ainda vai levar um tempo até estar completo.

Mas é um sonho que demorou o que demorou e se concretizou como está se concretizando porque eu lutei pra isso. A sensação de realização é ótima !

Este sonho já foi para a pasta de sonhos realizados.

Agora só falta comprar o caiaque.